sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Unhas Negras

Por onde estarás tu
Unhas negras
Que não vejo mais
No lugar onde deixei

Menina de unhas negras
Que rasga meu peito
Feito seda
Enquanto me despeço

Marcaste meu peito
Com vosso corte
Raso profundo

Devolva a dor
Para todo amor
No peito ardor

Menina de unhas negras
Onde tua vida se fez vazia
Quem calou teu riso
Te escreve isto

Levantaste teus braços
Contra este
Empunha teus beijos
Contra este

Depois de unhas feitas
Rasga meu peito
Feito seda

Mesmo que seja
Somente adeus
Somente uma vez

3 comentários:

  1. que arrebatador!!

    como toda a paixão bem vivida é

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  2. "... que rasga meu peito
    feito seda."

    Que lindo isso!

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  3. "Onde se inicia e onde finda beleza e crueldade nessa pupila negra, d'onde recai sobre mim tua negra tempestade? Tuas mãos de finos dedos tecem-me devagarinho, tuas grandes unhas negras rasgam-me de mansinho, com a propriedade de decisão que têm os deuses sobre sua criatura.

    E é feita tua vontade, entregue à tuas unhas, desfaço-me feito seda. E então sou dois, três; sou muitos. Sou retalhos, sou pedaços, sou teu querer.

    E já não dependo do bem e do mal, findam-se os limites; e o belo e o cruel são um, são o todo.

    E o negro dos teus olhos contamina os meus tudos. E recebo, cordial, a negra tempestade que varre, progressiva, meus fragmentos.

    Entrego-me, enfim, à dualidade do ser e do ser teu. Rasgue-me pois, sendo muitos, perpetuo-me."

    Um pedacinho de algo que escrevi depois de ler esse versinho liiiindo q vc fez:
    "que rasga meu peito
    feito seda"

    Adorei mesmo.

    Te amuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

    Ká.

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