sábado, 31 de janeiro de 2009


Tudo quanto as velhas formas

tocando meu dia devagar

tomando forma humana

temida quaze sempre



Nada mais será possivel

nem a segurança do abismo

naufragada a vida

na beleza de cada dia
Guarda-me em teu leito
Antes mesmo que eu perca o rumo
Um caminho seguro a teus lábios
No cheiro morno, vosso calor

Acaso o vento bater-te a porta
Esqueça-se de abrir
Para que esta fria brisa
Não venha nos dividir

Se acaso o sol romper sua janela
Guarda-o em suas cortinas
Evitando assim que sua luz
Venha cegar nosso calor

Então somente quando a lua
Romper o céu sem estrelas
Rasgadas serão as roupas
Unindo nossos corpos pelo chão.

Passo cego, cortado marcado
No desaguar de um céu
A ira dos teus raios
Amor em gotas desce pelo vale
E lá estão meus pés
Recebendo cor da terra
Em dias repletos de azul
Olhos rasgam horizontes
E lá se ia os meus
Formando pegadas no caminho
Onde se encontrava logo se despia
Guiando meu corpo, bem perto,
Ali depois dos sonhos