terça-feira, 30 de outubro de 2012

gatinha

Guarda o travesseiro noite
Gemidos de dor ao pé da cama
Espasmos descontrola o corpo
nada mais possue
tem olhos vivos
e o corpo desmama a vida
seus passos não mais visto
a casa não reconhece teu cheiro
do quarto, já não se ergue

vejo meu sono indo
velando a dor bichana
que de seu miar se vai
talvez a morte liberta-se
ela que não te encontrou
num surto do meu carinho
soprava o tempo em tua boca
teu sangue que me beijava
não te quis ver morrer

hoje me entrego a dor gatinha
de ver seus sonhos cortados
desarma em mim doce armadilha
te ter viva aos meus olhos
e na cama agoniza
o meu silencio e a tua dor
velados juntos
no beijo morna do teu partir