sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sorriso de Ontem

Acorda
O banho te espera
Sol na janela
Verão carnaval
Tua carne boa
Entrega-me teu suor

Vem
Café na mesa
Pés nos sapatos apertados
Pão e água
Teu filho chora

Vai
Pega o carro
Percorra as ruas
Junte trapos
Papeis e cacos
Ladeiras
Força nego

Para
É hora
Almoço bar
Limão pinga
Vai aliviar
Anda moço

Volta
Família espera
Filhos fome
Abraços amores
O pão a fonte
Sorriso de ontem
Na cadencia desprovida
Paredes moldadas nas sombras
Esconde sorrisos trêmulos
Trancados em becos escuros
Velhos relógios nada dizem
Perdemos amigos àquela hora
Enquanto o sol acorda o dia
Tranco-me na escuridão
Lembro de tudo do tiro ao vicio
No vicio a rua
Repleta de cinzas poetas de esquina
Empilhando versos derrubando copos
Rompendo correntes voando livre
De encontro ao ventre

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Perdoa-me
Sempre que não lhe for possível
Estou sempre na contramão
Nunca vou à dianteira
Levo hoje minha vida só
No solo desta terra que rumo
Não possuindo nada de meu
Nem mesmo meu olhar
Por mais um dia te fiz chorar
Quando não era nada
Não estamos juntos
Nada mais se pode fazer
Agora já não mais verei
Pois nada esta no lugar
Nem mesmo nosso sorvete
Já não me tocam mais
Nem mesmo a dor
Estive junto um dia
Agora longe, mas em tudo
Perdoa-me
Sempre que não lhe for possível
Quarto, sala, fundos a fora
No corpo derrama
Fúria pudor lama
No ar vida paira

Separadas nossas noites
Tuas pernas outro eixo
Corpo, meu novo feixo
Palavras de Cervanteadas

Somente pássaros
Unindo gente
Indo à frente

Curvas tranqüilas
Pedaços da vida
Nossa comida.
Nada
Nunca
Esta
Certo

Morto
Mundo
Delírio
Humilhado

Morra
Dor
Lagrimas
Amor

Mate
Destrua
Roa
Nutra

Nada
Nada
Nada
Nada

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Sans

Não tenho tempo
Em teus braços
Seu colo quarto

Vasto espaço
Entre os lábios
O corpo vida

Espera saudade
Não toque agora
Velhas musicas
Só nossa

Teu desenho
Tuas cores
Meu desejo
Nossas flores

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sonido de usted

los sonidos a dormir
en medio yo y usted
a batir libre
a los sonidos de usted


usted me lanzan fuera
un beso largo
luego no se olvida
el camino del nos dos

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Guardo
Olhos e meu olhar
Em direção que nem sei
Percorro em vossos braços
Um amor pleno
De noites incansáveis
Sonhos remotos
Berço belo
Manhas em teu colo
A moça linda
Bem vista, vivida
Nos braços belos
Do moço guerreiro
Eterno apaixonado
Sem medo contexto
Vivendo sonhos
Somente dois
De tão unidos
Eternos como um.
Unhas Negras

Por onde estarás tu
Unhas negras
Que não vejo mais
No lugar onde deixei

Menina de unhas negras
Que rasga meu peito
Feito seda
Enquanto me despeço

Marcaste meu peito
Com vosso corte
Raso profundo

Devolva a dor
Para todo amor
No peito ardor

Menina de unhas negras
Onde tua vida se fez vazia
Quem calou teu riso
Te escreve isto

Levantaste teus braços
Contra este
Empunha teus beijos
Contra este

Depois de unhas feitas
Rasga meu peito
Feito seda

Mesmo que seja
Somente adeus
Somente uma vez

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Me diz qual é seu retrato
Quem é o seu vigário
Quem pintou o seu retrato
Qual é desse hábito

Faço força faço
Corpo ardo farto

Me diz que sou seu otário
Que estou sempre em seu armário
Me diz quem é o seu vigário
Quem te reza neste horário

Que faço; isso faço
Acho isso um saco

Pago todos seus pecados
Atrapalho seu trabalho
Anoto todos os seus recados
Jogo fora meu baralho
Estranhas gotas deitavam sobre meu corpo
Lavando cada pedaço de outra vida
No vago andor daquela tarde
Palavras sairão como prisão

Neste fadigo momento
O velho sorrir escondido
Batia a porta da frente
Procurando abrigo

As gotas seguem caindo
Deságua um vasto céu
Que agora cinza feliz
Chega,
Hora de despir seu corpo do meu
Hora de por os pés no caminho
Dividir a vida
Que não esta unida
Mundos paralelos distantes
Meu e seu
Não peço que venha, nem me deixe ir
Não peço que fique
Ainda existe vento
Lá fora a rua
Liberdade no caminho
Quase livre
No medo de se estar junto
Sem poder viver, vencer
Não dividiremos sonhos
Nada sonhamos juntos
Nem mesmo dor
Nuvens cobrindo o dia
Dia a dia
Palavras pegadas rastros
Apagadas sem direção
Uma vida ao norte meu sul
Palavras intermináveis
Norte sul
Nada de lagrimas ou despedida
Somente um céu azul

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Por onde esta você vida
Desvairada bandida vadia
Irá me conduzir agora
Que faço votos de não ver
Longa loucura
Na febre marcante
A dor constante
Desenhos rasgados
Poemas despidos
Vida vadia
Abraça minhas pernas
Contas de cada dia
Buscando moradia
Calçadas vencidas
Uma cama ferida
Onde nada rima
Somente cores cinza
Chumbo ardor
Dor meu temor
Alagando meus passos
Chuva, cidade, ventania