Cartas de amor
As escrevo
Por não saber
como amar

Vou por um caminho
pode nem ser o mesmo
curvas fecham ruas
ladeiras nos olhos
meu sorriso vai
com ou sem vc

Nao tenho orgulho em ser

Sou e apenas, isso me basta

reconheço meus demonios

Isso me basta

me equilibro, isso basta

Existem erros, somente na escrita

o resto me basta

Bem mais que meus anos pela janela
vou contando horizontes de sois dourados
diante o mar de sonhos refeitos
nos amores que de meus dedos
jamais retornaram os mesmos
e teu cheiro ainda dorme em meu abraço

meus cabelos foram libertos
de um passado vivo em carceres
nos olhos minhas lembranças
tocam monos os dias cinzas

meus dentes não mastigam
doces beijos de memorias
umas horas eram belas
nesta outras só tristezas

meus ouvidos já sem cor
esqueceram de ouvir
cantigas do meu amor
vivo na memoria de ontem

o desejo que corta o medo
o desejo enlouquecido de mudar
as luzes do meu olhar
a procura de um novo acalentar